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Brasil encerra 1º etapa da restruturação da saúde pública do Haiti
Termina esse ano a primeira fase da Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti, que tem o objetivo de reestruturar o sistema de saúde haitiano, atingido por um terremoto em 2010. Os resultados dos primeiros quatro anos de cooperação estão sendo expostos no Seminário Internacional Saúde no Haiti e os Desafios da Cooperação Sul-Sul. No período, o Brasil investiu R$ 123 milhões para implementação das ações previstas pela cooperação, como a construção de três hospitais comunitários de referência e um instituto de reabilitação, localizados em regiões vulneráveis do Haiti – Carrefour, Bons Repos e Beudet.
Na abertura do seminário nesta quinta-feira (27), o ministro da Saúde, Arthur Chioro formalizou a transferência de gestão das unidades ao governo haitiano. A administração dos hospitais e do instituto será compartilhada, por 18 meses, entre os dois governos e depois será repassada integralmente ao Haiti. “Já estamos trabalhando para garantir a sustentabilidade das ações e a manutenção dos hospitais nos 18 meses iniciais de funcionamento, compromissos assumidos no termo da cooperação. A transição da gestão será feita de maneira segura e eficiente, e com a certeza que os nossos companheiros cubanos e haitianos também estarão engajados neste compromisso”, explicou Chioro.
Os três hospitais beneficiam cerca de 400 mil pessoas e realizam atendimentos de urgência, ginecologia e obstetrícia, pediatria, clínica médica, ortopedia, parto cirúrgico/curetagem, além de contar também com serviços de raios-X, internação e UTI (neonatal e adulto). As instalações incluem laboratório de análises clínicas, sala de procedimentos (suturas, curativos, aplicação de medicamentos, reidratação e inalação), centro cirúrgico e obstétrico, e farmácia. Já o Instituto Haitiano de Reabilitação dedica-se ao tratamento de pessoas com deficiência, e conta com um laboratório de órteses e próteses.
O embaixador do Haiti no Brasil, Madsen Chérubin, fez um balanço positivo da cooperação. “Os países entenderam quais foram às necessidades do Haiti, e fizeram as intervenções necessárias. A implantação do acordo permitiu avanços essenciais na saúde pública do Haiti. A cooperação está atingindo os objetivos de forma que esse projeto se torne duradouro e referência na Cooperação Sul-Sul”, declarou.
A próxima etapa da parceria terá como foco a reestruturação da assistência em saúde mental do país caribenho, que terá como referência o modelo brasileiro, com a humanização do atendimento. “As tratativas e a discussão entre os nossos países vem avançando, a partir do momento em que foi apresentada a questão da saúde mental como um problema que mereceria ser objeto da continuidade da cooperação. Esperamos, assim, contribuir de forma significativa para fortalecer a estrutura da assistência da saúde mental naquele país”, anunciou o ministro.
OUTRAS AÇÕES – A cooperação tripartite também realizou, ao longo dos últimos quatro anos, ações voltadas para a formação de recursos humanos e para a vigilância em saúde. Foram formados cerca de 1.600 profissionais de saúde, entre agentes comunitários de saúde polivalentes, inspetores sanitários e auxiliares de enfermagem polivalentes.
A vigilância epidemiológica do país também foi reforçada por meio do acordo. O Brasil financiou a reconstrução de dois laboratórios especializados em vigilância epidemiológica, responsáveis por realizar os principais exames necessários à identificação de doenças relevantes, como malária, dengue, tuberculose, hanseníase e cólera, e pelo controle de vetores e insetos. A ação representou um investimento de R$ 1 milhão, usado na reforma das instalações físicas e na compra de equipamentos.
Por meio da cooperação, o Brasil também realizou outras medidas voltadas para a vigilância em saúde, como a contratação de profissionais especializados em prevenção e controle de doenças transmissíveis, e o apoio operacional, financeiro e material para ações de vigilância, iniciativas que contaram com recursos federais da ordem de R$ 2 milhões. Outras ações promovidas foram o apoio a campanhas de vacinação e o envio de vacinas – o Brasil enviou cerca de 6 milhões de doses à ilha caribenha, no valor em torno de R$ 4,8 milhões, e foi responsável por 11% do total orçamentário da campanha de vacinação de 2012.
SEMINÁRIO – O evento está dividido em seis mesas de discussão dos eixos do programa e das perspectivas futuras, e conta também com uma mostra fotográfica que representa, por meio de imagens, o dia a dia, os avanços e os desafios da cooperação. O encontro ocorre em Brasília até sexta-feira (28) e conta com a presença de representantes do governo do Haiti, de Cuba, do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Para o ministro Chioro, o seminário representa uma oportunidade de debate, reflexão e projeção ao futuro sobre as conquistas e os desafios da cooperação. “Três países unidos, com o propósito de reforçar seus sistemas de saúde, com práticas, experiências vividas e ações concretas. Por isso, resolvemos compartilhar com outros países o conhecimento acumulado, nossas dificuldades, lições aprendidas e os muitos acertos”, declarou.
O acordo firmado em 2010 entre os governos do Brasil, de Cuba e do Haiti tem como objetivo fortalecer a autoridade sanitária haitiana e reestruturar o sistema de assistência à saúde e de vigilância epidemiológica do país caribenho. No Brasil, participam da ação o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e as universidades federais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (UFRGS e UFSC).
(Informações do Ministério da Saúde)